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Antonio de
Castro Alves
Curralinhos, 1847 - Salvador, 1871
A leitura da obra literária de Castro Alves; atesta
a perenidade da sua poética à contemporaneidade. parece inquestionável a
empatia existente entre o estilo grandiloqüente de Castro Alves; e o público
leitor, melhor ouvinte, já que os recursos da oratória se fazem presentes e, às vezes, assumem função predominante em
sua produção literária.
A obra poética de Castro Alves, de cunho social e
político determinado pela circunstancialidade, tinha como objetivo, o
convencimento do outro, numa caminhada proseliteísta; porém reduzi-la,
exclusivamente, a esta função seria desmerecer a função poética que também
permeia o discurso de Castro Alves.
Em seu pouco tempo de vida publicou Espumas
Flutuantes, coletânea de poemas que abriga textos ultra-românticos, textos de
sensualidade expressa prenunciadores do realismo, textos laudatórios etc..
Posicionou-se também a favor dos
escravos através de sua poesia de caráter abolicionista.
Lourdes de Fátima Santos Pinto
Disponível in http://www.artigonal.com/literatura-artigos/orador-em-versos-as-ondas-navegaveis-da-voz-de-castro-alves-6399303.
Navio negreiro
Stamos em
pleno mar..Doudo no espaço
Brinca o
luar – doirada borboleta –
E as
vagas após ele correm .. cansam
Como
turba de infantes inquieta.
(...)
Stamos em
pleno mar.. abrindo as velas
Ao quente
arfar das virações marinhas,
Veleiro
brigue corre à flor dos mares
Como
roçam na vaga as andorinhas...
(...)
Por que
foges assim, barco ligeiro?
Por que
foges do pávido poeta/
Oh, quem me dera acompanhar-te a esteira
Que
semelha no mar – doudo cometa!
Albatroz!
Albatroz! Águia do oceano,
Tu, que
dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as
penas, Leviatã do espaço!
(...)
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